Procedimentos Cirurgicos


Nesta página você confere breves descrições dos principais prodedimentos cirúrgicos realizados pelo médico.

Lembramos que esta é apenas uma guia geral, é muito importante, durante uma consulta, conversar com o doutor antes da realização de qualquer procedimento, a fim de sanar todas as dúvidas que possam persistir e preocupar a paciente.

Realizado através da videohisteroscopia, o proceminento consiste na ressecção do endométrio (camada que reveste internamente o útero), com objetivo de reduzir o sangramento uterino anormal, em mulheres que mesmo após o tratamento clínico, apresentam ainda hemorragia uterina e necessitam de uma alternativa minimamente invasiva para resolver essa situação e sem ser necessária a retirada do útero. A grande vantagem é que se trata de um procedimento rápido e permite boa recuperação. Tempo de internação hospitalar de em média 6 horas e normalmente poderá retornar as atividades de trabalho e/ou físicas no dia seguinte. Em diversos estudos, a ablação de endométrio demonstrou ser uma opção de tratamento vantajosa, com alto índice de satisfação das pacientes, mesmo em seguimento a longo prazo.

Procedimento feito sob anestesia geral que consiste na remoção total ou parcial da bexiga urinária, realizado em pacientes com tumores malignos neste órgão. Quando existe comprometimento da bexiga por endometriose, o procedimento normalmente é realizado apenas para a retirada da lesão. Na maioria dos casos não é necessária a remoção parcial da bexiga.

Procedimento que consiste na retirada apenas do cisto de ovário, preservando totalmente o órgão, principalmente em casos benignos e em que se deseja preservar a função ovariana, tanto para o ponto de vista reprodutivo quanto para o de produção hormonal.

Também conhecida como cirurgia citorredutora, a técnica é realizada pelo oncologista cirúrgico em pacientes que estão em tratamento para câncer de ovário, com o objetivo de remover lesões tumorais residuais, tanto para prevenção de recidiva, como também para aliviar os sintomas que o efeito em massa do tumor produz. Evidências atuais são frágeis e controversas sobre vantagens da técnica laparoscópica em relação à convencional. Deve ser sempre discutido com a equipe de oncologia, individualizando cada caso para a melhor conduta.

A videocirurgia tem o papel fundamental para o tratamento da endometriose. Já está bem estabelecido que a endometriose prejudica a fertilidade por vários motivos, a saber: alteração / distorção anatômica; alteração nos ovários que produzem menos óvulos e hormônios; alteração do endométrio que diminui a taxa de implantação do embrião; processo inflamatório que prejudica o óvulo e também o espermatozóide, diminuindo a taxa de fertilização. A endometriose está presente em 25-50% das mulheres inférteis. Uma revisão da Iiteratura médica realizada pela biblioteca Cochrane em 2010, demonstrou melhoras nas taxas de gravidez espontânea após o tratamento cirúrgico da endometriose superficial. A endometriose também é uma das principais causas de dor pélvica, dores menstruais e na relação sexual, podendo acometer outros sistemas, como o gastrointestinal. A videocirurgia consiste em uma modalidade de tratamento para a endometriose que consiste na remoção completa da lesão, cauterização de focos da endometriose, sempre buscando preservar os órgãos reprodutivos, controle da dor e melhorar a qualidade de vida. Para se obter o melhor resultado, deve existir a indicação precisa, equipe treinada e instrumental adequado.

A gravidez ectópica continua sendo uma condição potencialmente fatal, que afeta 2% das gestações e é responsável por 9% de todas as mortes maternas. Nos casos de gravidez ectópica, realiza-se a cirurgia para retirada total ou parcial da trompa, onde ocorreu a implantação do embrião ou realiza-se a remoção da gestação com preservação da trompa (salpingostomia), quando a fertilidade futura é desejada. Nesse último caso, nem sempre é possível sua realização. A técnica por videocirurgia, permite algumas vantagens como menor perda de sangue, menor tempo de internação, retorno mais rápido às atividades normais, melhores resultados estéticos e menos aderências intra-abdominais pós-operatórias, quando comparado com a técnica convencional.

A retirada do útero pela técnica de videolaparoscopia, em casos de doença benigna (p.ex. miomatose uterina, adenomiose, dentre outras patologias) permite vantagens em relação à técnica convencional, como menor perda sanguínea no ato operatório, menor risco de infecção, menor dor no pós operatório e melhor recuperação da paciente, com retorno mais precoce às atividades de trabalho. Pode ser feita de forma total, que consiste na retirada do corpo e colo do útero, ou parcial, que consiste na retirada somente do corpo do útero, preservando o colo uterino. Devem ser sempre discutidas com o médico as vantagens de cada tipo de histerectomia e a técnica a ser escolhida, assim como a real necessidade da cirurgia conforme a patologia, como miomas, fibromas, adenomiose, hiperplasia ou câncer. Vale registrar que em casos de câncer ginecológico, a videocirurgia ainda não é consenso sobre ser melhor em termos de eficácia e prognóstico, em relação à técnica convencional (por laparotomia ). Diversos estudos e trabalhos estão em andamento comparando as diferentes técnicas em casos de câncer, e os resultados ainda não são conclusivos.

Procedimento voluntário de esterilização cirúrgica definitiva realizada por videolaparoscopia. Método contraceptivo bastante eficaz. Pela videocirurgia, tem um período de internação médio de 6 a 8 horas, com rápido retorno às atividades de trabalho.

As aderências são faixas de tecido que se formam entre os órgãos abdominais e/ou entre esses órgãos e parede abdominal. A endometriose e a inflamação pélvica estão entre as principais causas. Podem ocasionar dor pélvica, infertilidade, obstrução intestinal e gravidez ectópica (gravidez fora do útero). A videocirurgia é o melhor método para confirmar a presença e localizar as aderências, permitindo no mesmo ato já remover as aderências.

Procedimento cirúrgico que consiste em encurtar e fixar os ligamentos de órgãos pélvicos, especialmente do útero, para manter sua melhor posição anatômica.

Realizada através da videohisteroscopia, consiste na retirada de sinéquia uterina, que são aderências ou traves que se formam no interior do útero, que podem causar sinais / sintomas como ausência de menstruação, diminuição do fluxo menstrual, infertilidade, aborto habitual. Requer período curto de internação (6 a 8 horas), com retorno precoce às atividades.

As anomalias do útero ocorrem em 3,8 a 4,3% da população em geral. A incidência média em mulheres com infertilidade está na faixa dos 3,5%, aumentando significativamente entre as mulheres com perda gestacional recorrente (abortamento espontâneo de repetição), variando entre 10 e 15%. A cirurgia é realizada por videohisteroscopia e às vezes acompanhada por videolaparoscopia para melhor precisão cirúrgica. Realizada nos casos em que existe septo uterino, que causa infertilidade e aborto. Permite ótimos resultados e boa recuperação pós operatória.

Cirurgia que consiste na retirada dos miomas. Sempre indicada nos casos de miomas localizados dentro da cavidade uterina, que normalmente causam sangramento uterino anormal e infertilidade. A avaliação por exames de imagem, realizada no planejamento pré-operatório, é fundamental para o sucesso do procedimento. É uma técnica minimamente invasiva, que permite ótimos resultados e boa recuperação da paciente com rápido retorno às atividades de trabalho.

A miomectomia laparoscópica não é um procedimento novo. Foi descrita, em 1991, pelo Dr Jean-Bernard Dubuisson, após a realização de seus primeiros 43 casos. A miomectomia e reconstrução uterina é uma técnica indicada nos casos de miomas localizados na parede uterina conhecidos como intramurais ou na superfície externa do útero, denominados subserosos. Deve ser sempre feita avaliação pré operatória com estudo de imagem, preferencialmente pela ressonância magnética para a "tática cirúrgica". Essa avaliação é fundamental, no sentido de planejamento do ponto de vista reprodutivo, para preservar a fertilidade. Existem miomas que não tem necessidade de tratamento cirúrgico, e essa questão sempre deverá ser abordado na consulta ginecológica. Por essa técnica de videocirurgia, a paciente tem boa recuperação com rápido retorno às suas atividades de trabalho, quando comparado a cirurgia convencional denominada laparotomia.

Procedimento cirúrgico realizado nas tubas uterinas, com o objetivo de desobstruir as mesmas; realizado por videolaparoscopia, com o objetivo de restabelecer a fertilidade. Após a cirurgia, a tuba normalmente volta a ficar permeável (desobstruída e permitindo a passagem do espermatozoide). Deve ser sempre discutido com o médico especialista em reprodução humana a realização da neossalpingostomia, uma vez que a fertilização in vitro permite bons resultados e que a cirurgia, pode algumas vezes resultar em fibrose (cicatrização) e o resultado não ser satisfatório. Ainda tem espaço em casais jovens e que não tenham recursos para realizar a fertilização in vitro, pois a depender do resultado da cirurgia, pode permitir a chance de gravidez espontânea, natural.

A neurectomia pré-sacral é usada como procedimento adjuvante à cirurgia conservadora para o tratamento da dor pélvica associada com endometriose. Essa cirurgia foi idealizada por Cotte em 1924. Consiste na ressecção dos nervos do plexo hipogástrico superiores e segmentos iniciais do inferior. Está associada a possíveis complicações pós operatórias como disfunção urinária (urgência miccional) e intestinal (constipação), secura vaginal, fazendo com que sua indicação deste procedimento seja muito bem selecionada.

Cirurgia que consiste na retirada dos ovários, realizada por videolaparoscopia. Permite boa recuperação.

Cirurgia que consiste na retirada do cisto ou tumoração do ovário, preservando o ovário ou parte dele. Realizado por exemplo, em casos de endometriose ou tumor de ovário, para preservação da fertilidade e manter a produção hormonal.

Consiste na histeroscopia para retirada de pólipos endometriais, que são tumores benignos e que normalmente promovem sangramento uterino anormal e às vezes são causas de infertilidade. Período de internação de 6 horas e retorno precoce às atividades.

Cirurgia realizada em casos de endometriose com comprometimento intestinal. Consiste na retirada da lesão, que pode ser realizada por shaving ou ressecção circular discoide da lesão ou ressecção segmentar da alça acometida pela(s) lesão(ões) após avaliação judiciosa do caso, seja por avaliação por exames pré operatórios e também na avaliação intraoperatória no ato da cirurgia. A cirurgia deve ser indicada na suspeita de lesões obstrutivas ou que tragam suboclusão de repetição. Deve ser realizada por equipe cirúrgica especializada e multidisciplinar, em vista do caráter multicêntrico das lesões, com participação do ginecologista, coloproctologista e urologista. As principais complicações descritas neste tratamento cirúrgico são: fístulas, deiscência da anastomose, obstrução intestinal, hemorragias, infecções e disfunções temporárias intestinais e urinárias. A paciente deve estar informada e orientada dessas possíveis complicações, assim como sobre a possibilidade de colostomia temporária (derivação do intestino grosso para a parede abdominal, para a saúde das fezes).

Cirurgia que consiste na retirada da(s) trompa(s). Procedimento realizado em gestação ectópica tubária, abscesso tubo-ovariano, hidrossalpinge, hematossalpinge, dentre outras indicações. Paciente tem boa recuperação.

Cirurgia que consiste na reparação, reconstituição ou restauração da trompa, ou seja, nos casos em houver uma agressão à trompa, se faz a tentativa de reparar o dano e preservar a mesma, para tentar manter a fertilidade.

Consiste na liberação de aderências que promovem distorção anatômica da(s) trompa(s), com o objetivo de restaurar a função da mesma (seria uma modalidade de salpingoplastia).

Consiste na retirada de septo uterino, por videohisteroscopia. Procedimento que promove a fertilidade.

Procedimento normalmente realizado na laparoscopia para tratamento da endometriose e ou algia pélvica, com o objetivo de reduzir (aliviar) a dor pélvica, pela secção ou ablação dos nervos desses ligamentos ou mesmo a retirada de lesões endometrióticas localizadas neste local.

Deve ser considerada como opção cirúrgica para preservação da fertilidade. Consiste em uma manobra cirúrgica para proteger a função ovariana antes do fornecimento de doses gonadocidas de radioterapia. Realizada com eficácia e segurança pela técnica minimamente invasiva, que permite menor desconforto pós operatório devido pequenas incisões, curto período de internação hospitalar, rápido retorno às atividades e ao planejamento radioterápico. A translocação ou transposição ovariana tem sido realizada em pacientes cujo tratamento inclui radioterapia pélvica como parte de tratamento para doença de Hodgkin e outras neoplasias malignas.

Procedimento de liberação do ureter de massa fibrótica ou aderência, que frequentemente são causadas por comprometimento endometriótico, promovendo estenose do canal uretral.

Consiste em uma cirurgia plástica do ureter, visando reparar, reconstruir o ureter, comprometido por alguma lesão, frequentemente por endometriose.

Dr. Carlos Ribeiro - Cirurgias